O projeto participou do Opera Prima 2011, sob a orientação de Alexandre de Siqueira Cafcalas para o Centro Universitário Fiam/Faam, São Paulo.
Parecer do júri
A proposta busca contribuir para a reinvenção do espaço urbano promovendo a recuperação da escala humana, das referências do lugar e a requalificação de parte do meio ambiente. A composição volumétrica e o sistema construtivo partem do existente e se associam em convívio disciplinar, entrelaçando-se os invólucros industriais e o meio ambiente para abrigar manifestações culturais.
A visão de cidade motivadora deste trabalho pertence ao terreno híbrido em que interagem os resquícios do passado industrial com o potencial de adensamento de certas regiões de São Paulo. A área de intervenção fica no antigo bairro industrial da Mooca, zona leste, onde persistem sem uso galpões tombados pelos órgãos de preservação do patrimônio arquitetônico, cercados por grandes lotes ociosos.
A autora propõe revitalizá-los através da inserção de programas culturais e educativos - escolas técnicas e museus -, conceituando o projeto como uma espécie de complemento de proposta anterior, creditada ao escritório paulista Una Arquitetos, para o incremento do transporte público e da ocupação da área envoltória. O projeto, em contraponto, mantém intacta a escala rarefeita da arquitetura industrial, e encontra seus elementos estruturadores na água e na linearidade dos deslocamentos e do parque verde periférico.
Os galpões, situados nas duas margens da via férrea que corta longitudinalmente o terreno, estariam servidos por rede de passagens aéreas derivadas do eixo central de circulação, ou seja, de uma plataforma coberta que, com 1,3 quilômetro de extensão, recobriria a linha do trem. O projeto radicaliza ao criar um sistema de grande escala para atender ao uso pontual dos galpões, não só em função das grandes distâncias envolvidas (a via suspensa central, por exemplo, tem quase a metade do comprimento da avenida Paulista) como pelo fato de prever-se a imersão de tais imóveis em contínuo berço d’água. Cria-se um piscinão para a contenção das águas de transbordo do rio Tamanduateí, tendo‑se previsto o rebaixamento de toda a área para a remoção da terra contaminada pelo antigo uso industrial.
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